Monday, September 29, 2008

protesto chines



Acordei no meio da noite e a cortina da sala tinha se transformado na bandeira da China.

Os suspeitos pelo gesto de rebeldia sao Sai e Hoa. Nenhuma providencia sera tomada porque eu ate que gostei.

Sunday, September 28, 2008

não é só café, também tem performace.

Foi instaurada uma nova tradicao que agora segunda-feira 'e dia de alegriazinha e cafeina.

Depois da aula de fotografia, uma peculiar criatura de cabelos descoloridos e ligeiramente calva me convidou pra comer comida tailandesa. Fomos a um restaurante sugestivamente chamado "exotic thai cousine" (os nomes aqui nao sao muito criativos nao). Eu comi "exotic thai green curry" com beringelas, pra ter algo familiar com o que me apegar. Tivemos que ir quando eu sugeri ingenuamente a garconete que o restaurante promovesse shows de "exotic thai dance". Ela certamente nao levou o comentario com bom humor.

Minha companhia loira se chama Crysta, e 'e uma pessoa muito interessante. Ela 'e vegan e sempre tem algum produto estranho no carro, tipo abacaxi desidratado ou um vidro de vitamina C. Mais especificamente, ela 'e minha carona oficial para as sessoes de foto que geralmente acontecem em algum lugar lamacento ou perigoso, longe do campus. No primeiro dia eu ainda nao tinha minha camera entao ficamos juntos, debaixo de um pe d'agua e um frio horroroso. Ficamos ensopados, mas 'e o preco que se paga pela boa arte. Temos que fotografar mesmo com chuva, neve ou nuvens de napalm.

Justo quando eu achava que os nomes engracados em ingles tinham terminado, me aparece essa sujeita chamada Crysta, com um cabelo absolutamente incomum. Depois do restaurante thai, ela convidou um amigo fotografo (o nome dele 'e David, e esse 'e o portifolio dele: http://www.jpgmag.com/people/gulliver) que nos acompanhou ao The Wheel, um restaurantezinho tipicamente americano, onde bebemos muito cafe ralo, eu comi torta de chocolate e eles comeram frituras vegetarianas. Dei umas risadas saudáveis, conversamos assuntos parecidos com os de baiana&cerveja. Sem contar que a cafeina tem um efeito diuretico e entorpecente similar, o mais proximo de bebado que eu vou ficar por aqui, pelo visto. Aprendi que um bom papo exige uma articulacao de signos tao propria como uma outra lingua. O Assunto - essa entidade tao cobiçada - 'e um pacote de sentidos e microclimas fantasiado de um idioma aqui, outro ali. Em outras palavras, ter assunto e saber falar ingles sao duas coisas radicalmente diferentes.

Mas a coisa mais fenomenal deste lugar, meus amigos, foi a nossa garconete. Ela cantava, fazia piadas, participava da conversa em modos histrionicos e absolutamente performaticos. Foi um espetaculo. No final pedi pra tirar uma foto usando meu alibi de extrangeiro imbecil. Nao que eu nao seja extranjeiro. Muito menos imbecil.



David e a garconete.


Eu e Crysta.


De novo.


A estrela da noite, brilhando em um retrato so dela.

to ouvindo uma coisa muito bacana: Flying Lotus - Los Angeles (http://www.myspace.com/flyinglotus)

Tuesday, September 23, 2008

fim de domingo



A gente come pizza e bebe mais cha gelado (que 'e refil!)



e dirige de volta pra casa.

gente branca se divertindo II

gente branca se divertindo I

domingo na praia

Sabado, depois do quarto balde de cha gelado artificialmente saborizado e dezenas de azinhas de frango assadas, resolvemos ir a praia. No entanto, 3 horas da manha 'e proibido ir a praia em Hammond - nos informou generosamente o guarda de megafone, da viatura escondida entre as dunas. Domingo, entao. (Depois do pequeno forum, o David deu re desatento e amassou a porta de uma caminhonete, no posto de gasolina. Tivemos que esperar a policia, o que foi peculiarmente constrangedor. Alias, constrangedor mesmo 'e conseguir dar uma re no unico carro circulando por Hammond alem do nosso, sabado 'as 3 da manha.)

De qualquer forma, aqui segue a narrativa ilustrada de um tipico domingo de praia no centro de Chicago.

Primeiro, a gente chega arrasando de oculos escuros no miolingo de Chicago, na OldTown, e tira uma foto descolada com nossos amigos. O primeiro e mais loiro 'e o David. O David e a Genevive trabalham no Village como nossos
mentores. Mentores servem pra dar carona, dar conselho, ir pra Chicago e ser amigo. Logo abaixo de mim esta o Tales. Tales serve pra ser brasileiro comigo. Em seguida, a gente vai na padaria e toma cafe da manha enquanto admira a arquitetura da cidade.Dai a gente chega e fica tirando uma porcao de fotos da praia maluca de Chicago, que tem arranha ceu mais alto que a nuvem, mas nao tem onda. Que tem um calsadao horroroso (eles deviam aprender com o Rio), que tem gente de burca, de roupa social, tem crianca gorda fantasiada de princesa das arabias, cheerleader-the-bikini e mendigo que nem no Brasil.














the Gojoe experience

A primeira coisa que eu tenho pra dizer 'e que eu quero que esse blog seja legal que nem achar dinheiro escondido na roupa.

Go-Joe, dito junto, tem um ar japones muito descolado. E' uma referencia quase vulgar ao Gonzo do Ralph Steadman, mas podia ser uma marca de jeans ou um jogo de baralho. O importante 'e que isso aqui sirva pra matar a saudade, pra mandar beijo, pra mostrar foto e pra divertir. Mas que nao deixe de ser um evoluido exercicio de arte, por que nao?, e um meticuloso registro do tempo. Tempo daqui e dai. Sem acento, sem revisao, sem vergonha de chorar em publico nem de rir em voz alta.

Aqui a ortografia morreu com a falta do que dizer. Vou escrever pra fazer carinho.


Lembrando o Caio Fernando de Abreu, o melhor jeito de comecar 'e entoando sete vezes contra o sol nascente: "Que seja doce,
que seja doce, que seja doce..."